Transformers Beast Wars - Airazor

Fotos, comentários e muitas curiosidades sobre o brinquedo da personagem Airazor da Beast Wars.

Postado: em casa
Jogando: Dragon Ball: Revenge of King Piccolo (Nintendo Wii)

Quem coleciona Transformers sabe que a diferença de acabamento nos brinquedos japoneses é infinitamente melhor do que as versões americanas.

Normalmente, a Hasbro produzia brinquedos com um acabamento simples e uma embalagem qualquer para poder abaixar o custo do brinquedo. Não que isso vá influenciar alguma coisa no preço dele, pois essa diferença não é repassada para o consumidor.

Culturalmente, os brinquedos japoneses já são produzidos com mais qualidade e detalhes. Além de mais detalhados, até o material utilizado é melhor do que o americano.

Infelizmente, por causa disso, custam o dobro do preço.

Por essas e outras é que dou preferência aos brinquedos japoneses.

No caso de Beast Wars, um outro fator que é fundamental nessa escolha são as embalagens.

A embalagem americana é um encarte com uma bolha de plástico grudada em uma cartela de papelão.



Como ocupam muito espaço, a maioria dos colecionadores acaba jogando a embalagem fora depois que abre. Mesmo porque, fatalmente ela será destruída no processo.

Já as embalagens japonesas são extremamente compactas. Além de ocupar menos espaço, são ótimas para empilhar.



Principalmente por causa disso que não pensei duas vezes quando meu camarada Makoto disse que estava vendendo.

Mas antes de falar sobre o brinquedo, preciso contar uma história sobre essa personagem, pois ela é o clássico exemplo da bagunça que a Hasbro e a Takara vivem fazendo por falta de comunicação.

Alias, essa história chegou a gerar polêmica em um dos Encontrebas em que participei.

Como havia explicado na postagem do Polar claw e do Optimus Morcego, a série Beast Wars originalmente era muito diferente do que conhecemos.

Além dos líderes serem diferentes, tinha aquela história do modo mutante, em que os personagens tinham uma segunda cabeça.

Nessa época, quando criaram Airazor, era para ele ter sido um personagem masculino e não feminino. Por esse motivo, seu corpo é troncudo e não possui os contornos femininos.

Alias, é por isso que algumas pessoas acharam que o brinquedo era de um outro personagem masculino na época.

Porém, os roteiristas do desenho animado insistiram para que o personagem fosse uma mulher, argumentando que isso permitiria explorar melhor o enredo.

Para a nossa felicidade, conseguiram convencer os executivos da Hasbro tempo suficiente para mudarem as informações das embalagens e manual.

Na minha opinião, os roteiristas fizeram muito bem insistindo nisso. Ao contrário da babaquice que rolou entre o Silverbolt e a Blackarachnia, achei muito bacana a história dela com o Tigatron.

Até ai tudo bem.

Só que, lá no Japão, como o brinquedo tinha traços masculinos, acharam que seria fazer com que o personagem fosse um homem no desenho animado.

Com isso, na versão japonesa, Airazor passou a ser um garoto adolescente.

O pior não é só isso. Para evitar questões homofóbicas, também mudaram todos os diálogos entre Airazor e Tigatron, que passaram a ter um relacionamento de mestre e aluno.

Sinceramente, espero que tenham feito uma série de cortes, pois quem assistiu sabe que tem algumas cenas que entregam fácil a paixão entre os dois.

Como desgraça pouca é bobagem, no manga, o garoto Airazor passa a assumir a forma de uma mulher quando evolui para a forma Transmetal... não me façam perguntas, não acompanhei o manga na época.

Lá no site Teletraan I the Transformers Wiki tem mais informações sobre essa história.

Não se assuste com tudo isso, essa história de inverterem o sexo de personagem é mais comum do que imagina. Preciso comentar sobre isso um dia.

Tendo dito isso, podemos voltar ao brinquedo.

A Airazor foi lançada no começo de 1997 como modelo Basic pela Hasbro no lote da segunda temporada da série Beast Wars.

Porém, só foi lançada no Japão pela Takara, quase em 1998, pois (para variar) as empresas tiveram alguns problemas culturais.

Para a minha felicidade, a Airazor foi criada depois que a história oficial de Beast Wars já havia sido elaborada.

Por causa disso, ela não tem aquela segunda cabeça ridícula do modo mutante que há nos primeiros brinquedos da série.

Seu modo alternativo simula um Falcão-Peregrino, também conhecido como "falcão genérico que todos reconhecem".



Visto por cima, ele é muito bacana e bem modelado. Só a parte de baixo que ficou um pouco "aglomerada" por concentrar a maior parte da estrutura do modo robô, mas isso não chega a ser um problema.

Ele é bem articulado, na medida do possível. É possível bater as asas e mover as patas.



Uma coisa interessante é que ele tem um modo de ataque, revelando lâminas em seu dorso que podem ser acionadas por um mecanismo em sua cauda.



Seu modo robô é aquele padrão da Kenner, todas as juntas com esferas para melhorar a articulação.



Eu gosto desse modelo, o acho bem estruturado e parecido com o desenho. Só a cabeça que não se parece, mas tudo bem, já fizeram coisa pior (na verdade ainda fazem).

Agora, uma coisa extremamente engraçada é que esse modelo é virgem.

Calma, já explico.

Por padrão, todo brinquedo da série Transformers fatalmente terá uma infinidade de redecos ^[?] [ modelos relançados com cores diferentes ] . Infelizmente, é uma forma que encontraram para ganhar dinheiro com baixo custo sem ter que produzir um novo modelo.

Porém, esse modelo da Airazor nunca ganhou uma outra versão, apenas essa.

Isso é um fato extremamente raro na história de Transformers.

Suspeito de que isso seja pelo fato desse modelo ser patenteado pela Kenner e a Hasbro não quis pagar direitos para utilizá-lo novamente.

Provavelmente, para a desgraça dos colecionadores, este mesmo motivo fez com que também não relançassem novamente, tendo apenas as versões da época do desenho:

- Basic Airazor (Hasbro)
- C-10 Airazor (Takara)
- VS-10 Airazor vs Kuwagaigar (Takara)
- Beast Wars Video Airazor (Hasbro)


De todas essas versões, a Video Airazor é a mais legal, pois foi pintada com mais detalhes para ficar igual ao desenho. Dá uma olhada nas fotos no site TFU.info.

Além da embalagem, encartes e detalhes, a versão japonesa trás outra coisa muito bacana que é o Card.



Todos os robôs japoneses vêem junto com um card desde o início da franquia. Japonês é viciado em coleção de cartões.

Outra coisa que eles são "nóias" é em jogo de estratégia e a união das duas coisas caiu como uma luva.

Se você acha que Yu-Gi-Oh! foi quando tudo começou, pode rever seus conceitos, pois os cardgames (como se chamam) são muito mais antigos do que imagina.

Um dos mais antigos registros de jogo de cartas foi encontrado na Espanha e é datado de 1610.

No caso do Japão, um dos mais antigos é o Hanafuda e, veja só, ele foi criado em 1549 como uma variação de um jogo português (de Portugal), na época em que o comércio náutico estava evoluindo.

Não é a primeira vez que comento como a cultura portuguesa influenciou em algumas coisas no Japão.

Alias, os tradicionais atributos dos personagens só existem por causa disso. Desde a linha Diaclone, que deu origem aos Transformers, são informados nas embalagens os atributos tanto dos robôs quanto dos veículos.



Com a evolução tecnológica, esses jogos foram se aprimorando. Na década de 80, foi inventado um equipamento para ser utilizado em videogames que lia códigos em barra dessas cartas e transferia as informações para o jogo.

Os cards japoneses de Beast Wars servem para serem utilizados em um sistema chamado Barcode Battler.

Esse sistema é muito famoso no Japão. Até a Nintendo tem leitores desse sistema.

Você passa o código em barras no leitor, que lê os atributos da carta. Um outro jogador faz o mesmo e ganha quem tiver os melhores atributos, como um Super Trunfo.

Por esses e outras, acho esse item muito bacana e indispensável para quem gosta da série Beast Wars.

Você pode ver mais fotos e comentários da Airazor no meu álbum e de outros itens que tenho da linha Transformers Beast Wars.

Se quiser, também tenho uma lista com todos os itens da minha coleção.