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Pintores e Desenhistas que admiro (parte 1)

Sempre consideramos algumas pessoas como modelos para nos espelharmos. Um ídolo que serve para formar nosso caráter ou ter prosperidade.

Quem trabalha com arte e design, isso é um pouco pior. Estudamos história da arte e movimentos de design, conhecemos vários loucos artistas talentosos.

Todos eles são bons e importantes dentro de seu contexto, mas sempre tem aquele que admiramos mais ou até nos identificamos.

Por isso, resolvi fazer uma lista seleta de todos os retardados artistas que admiro e me inspiro.

...

Tá, também estou fazendo isso para não esquecer o nome deles e ter onde procurar sem ter muito trabalho.

...

Havia planejado fazer isso em uma única postagem. O problema é que estou fazendo isso desde junho de 2011 e mal consegui chegar na metade.

Para não ficar enrolando muito, resolvi publicar o que já fiz e um dia postar o restante.

Está postagem vai ser longa, espero que esteja com tempo.

Akihiko Yoshida

Character design japonês nascido em 1967. Foi responsável pela arte nos jogos Ogre Battle, Tactics Ogre, Final Fantasy Tactics (o meu jogo preferido). Sem contar Vagrant Story e os títulos alternativos de Final Fantasy.

Sua arte é linda. Os traços são simples, mas os desenhos são incrivelmente detalhados, usando hachuras de forma muito sutil.


Gosto muito dos jogos da vertente Tactics da Square (Ogre Battle e Final Fantasy). Os enredos são fantásticos e a jogabilidade muito divertida, mas a arte deles é linda e só por isso já merece minha admiração.

Alex Ross

Quando estudei quadrinhos na Fábrica de Quadrinhos, tínhamos o habito de chamar de "filha-da-puta" todos os grandes cartunistas. Era uma forma carinhosa e irônica.

Com certeza, o Alex Ross é o grande-filha-da-puta-mor.

Cartunista americano, nascido em 1970. A primeira vez que vi um trabalho dele foi na série Marvels, que mostra as primeiras histórias dos personagens da Marvel, mas pelo ponto de vista de um jornalista. Só que a arte do gibi era toda realista, com detalhes absurdos.

Então, ele lança Kingdom Come (que é mais realista), Superman: paz na Terra (mais animal) e, para arrebentar de vez, Batman: luta contra o crime, com uma das cenas mais absurdas que já vi, mostrando Bruce Wayne cheio de cicatrizes.

Lembro-me que discutimos isso antes de uma das aulas e realmente faz sentido, pois o Bruce Wayne não poderia aparecer no hospital toda vez que tomava um pau dos bandidos para não levantar suspeita. Logo, seus curativos deveriam ser precários mesmo.

Ficamos muito tempo admirando os detalhes dos machucados e das cicatrizes desenhados perfeitamente com textura e tudo. Incrível.

Tem uma galeria no site dele com vários outros trabalhos impressionantes. O meu preferido é do Super Gêmeos. O Gleek está muito louco.

O motivo por sua arte ser tão impressionante é que ele usa referências fotográficas em seus trabalhos e tenta reproduzí-las o mais fielmente possível. Para ter uma ideia, olha como ele fez uma página do gibi Spawn.

Alexandre Jubran

Cartunista brasileiro e foi um dos meus professores quando estudei quadrinhos na Fábrica de Quadrinhos, mas já conhecia seus trabalhos antes disso.

Ele era um dos principais coloristas da revista Dragão Brasil e comprava bastante na minha fase de RPGs.

Alias, nessa mesma época, cheguei a conhecê-lo pessoalmente, pois uma amigo chamado Olavo estava fazendo aulas de desenho com ele. Fiquei surpreso quando soube que seria um dos meus professores na Fábrica de Quadrinhos.

Como se desenhasse muito já n!ao era bastante, em 1998, ele conseguia desenho direto em uma tablet, sem precisar escanear um desenho feito a mão para artefinalizar.

Até os outros professores (um melhor do que o outro) admiravam a forma como ele desenhava direto no computador sem perder a qualidade dos traços.

Hoje, o Jubram está dando aula Quanta Academia de Artes.

Alphonse Mucha

Ilustrador checo nascido em 1860. Foi um dos principais expoentes do movimento Art Nouveau. Considero a arte dele muito avançada para sua época. Até então, a maioria dos artistas tentava se aproximar muito da realidade ou muito caricatos.

As ilustrações de Alphonse Mucha me parecem muito mais com o que seria o cartunismo no futuro.

Além disso, ele utiliza grafismos e adornos fantasiosos que lembram muito motivos celtas.

Sem dizer que a diagramação de seus trabalhos são muito bem elaboradas. O que já era de se esperar de um artista do movimento Art Nouveau.

Ariel Olivetti

Cartunista argentino nascido em 1967.

Acho seu trabalho muito interessante. Sua arte é uma combinação boa entre estilo clássico, realismo, pintura e estilização moderna.

Porém, virei fã mesmo dele quando fez a mini série Space Ghost, publicada pela DC Comics.

Uma coisa muito legal é que ele disponibilizou alguns vídeos tutoriais em seu site, mostrando como desenha.

Ayami Kojima

Ilustradora japonesa de grande renome que ficou famosa por criar artes conceituais para desenhos, filmes e, principalmente, jogos.

Alias, o trabalho que lhe concedeu fama internacional foi os conceitos para o jogo Castlevania – Symphony Of The Night.

Foi por causa desse trabalho que conseguiu um contrato vitalício com a Konami. Depois disso, praticamente todas as versões que foram lançadas da série Castlevania passou por ela.

Sua arte é linda e tem um "Q" de estilo vitoriano. Além disso, como todo bom japonês, sua técnica é completamente manual, nada de computadores.

O blog Vício Criativo e o blog Sob Controllers descrevem um pouco sua técnica, além de apresentar outras ilustrações lindas.

Ban Magami

Artista japonês nascido em 1957. Ficou famoso por causa de seu trabalho na revista TV Magazine, desenhando o manga Fight! Super Robot Lifeform Transformers (claro que citaria Transformers uma hora).

A questão é que americano nunca soube desenhar robô na vida. Para eles, é como se fossem humanos com armaduras. São assim até hoje.

O traço de Ban Magami é mais técnico, dando mais aspecto de máquinas aos robôs.

Outra coisa que não mencionei, ele foi assistente de Leiji Matsumoto, o que já é um bom motivo para ser admirado.

Beatrix Potter

Escritora e ilustradora inglesa nascida em 1866. O motivo de admirá-la é porque ela foi autora de um dos livros que marcou minha infância: Os contos de Peter Rabbit.

Se você não for tão velho quanto eu, talvez tenha visto algum desenho dele em um papel de carta ou gifizinho em um blog qualquer.

Seu estilo é todo rabuscado e cheio de detalhe, como era comum na época. Acho os desenhos dela muito bonitos e singelos.

Brian Froud

Ilustrador inglês nascido em 1947. Quase todas as fadas que você já deve ter visto foi baseada nos desenhos dele. Especialista em desenhos de fantasia, ele se destacou dando características físicas aos personagens que desenhava de acordo com seu ambiente.

Era diferente das fadas da Disney, por exemplo, mulheres de vestidos e sapatilhas baixas com asas de libélula.

Essas características davam personalidade e vida aos seus desenhos, criando seres completamente originais. Não só isso, ele criava castas, raças e mais uma série de nerdices em volta de uma mitologia própria.

Com certeza, já deve ter visto sua fadinha mais famosa:


O trabalho dele é tão foda que foi usado como inspiração para criar as criaturas dos filmes O Cristal Encantado e Labirinto, a Magia do Tempo do diretor Jim Henson.

Alias, em Agosto deste ano consegui comprar um livro dele que estava a mais de 10 anos procurando.


Burne Hogarth

Ilustrador americano nascido em 1911. Ficou muito famoso por ter desenhado as tiras do Tarzan que eram publicadas nos jornais de domingo entre as décadas de 30 e 50, mas só fiquei sabendo disso depois de um tempo.

A primeira vez que ouvir falar dele, foi quando estudei na Fábrica de Quadrinhos. O Marcelo Campos, vou falar sobre ele mais para baixo, indicou para comprarmos um livro dele sobre anatomia humana para praticarmos.

Segundo ele, era o melhor livro sobre anatomia, pois as ilustrações eram mais estilizadas e não tão próximas de desenhos renascentistas ou ilustrações técnicas de livros clínicos, como era de costume.

O livro é realmente muito bom. Foi depois de comprá-lo que passei a me interessar mais pelo desenhista.

Carl Barks

Ilustrador americano nascido em 1901. Este senhor só é responsável pela criação de vários habitantes de Patópolis. Quando entrou na Disney, apesar de ter trabalhado como roteirista e animador de alguns filmes, seu maior destaque foi com os quadrinhos do Pato Donald.

Ele modernizou o personagem e passou a escrever e desenhar suas histórias. Porém, a qualidade de seus quadrinhos era superior ao praticado em outros personagens.

Charles M. Schulz

Cartunista americano nascido em 1922. É o criador da série Peanuts (Charlie Brown, Snoopy e sua turma).

Ele foi brilhante em toda sua carreira. Conseguiu abordar assuntos adultos sem sair do tema infantil. Seus personagens possuem uma personalidade profunda e um enredo individual muito bem trabalhado.

Além disso, seu traço é fantástico: extremamente simples e eficaz. O interessante é que, por ter usado uma bico de pena a vida toda para desenhar, a idade tornando seu punho menos firme, deixando os traços tremidos e dando um aspecto muito charmoso.

Por essas e outras é que estou colecionando a série Peanuts Completo que a editora L&PM Editores está publicando.

Chris Bachalo

Cartunista americano nascido em 1965. Ele faz parte da geração "pós-Jim Lee" do final da década de 90 que misturava estilo de quadrinhos americanos com mangas.

A primeira vez que vi seu trabalho foi na série Morte, O Grande Momento da Vida. Só depois é que descobri que já trabalhava na série Sandman desde o arco Casa de bonecas.

Na época, fiquei um bom tempo comprando os gibis dos X-Men só por causa dos desenhos dele, mesmo não gostando das histórias. Quando ele parou de desenhar, parei de comprar também.


Christophe Vacher

Artista francês que se destacou por seu estilo ligado ao tema de fantasia.

Já produziu várias capas de álbuns para bandas, ilustrações para livros de RPG.

Porém, seu forte mesmo é criar arte conceituais para o cinema. O carinha não é fraco não, já fez trabalhos para a Disney, Dreamworks, Universal e para a Hasbro.

Seus desenhos são feitos com tinta óleo ou acrílico sobre tela ou papel.

Clamp

Não é um indivíduo, mas um grupo formado por quatro cartunistas (ou mangaka) japonesas: Ageha Ohkawa, Mokona, Tsubaki Nekoi e Satsuki Igarashi.

Elas fazem histórias no estilo Shōjo (mangas feitos para garotas), mas acho mesmo é que são Yaoi (mangas eróticos feitos para garotas). É sério, as histórias são muito pervertidas: menina querendo pegar menina, homem querendo se esfregar em homem, criança com adulto, animais com criança e coisas do tipo.

Não que seja moralista, isso realmente não me incomoda. O problema é que todas as histórias são iguais, só muda o conjunto dos personagens (pois as roupas, nomes e estilos se repetem).

Antes de ficar de saco cheio de tanto "mais-do-mesmo", tive a coleção completa de RG Veda, X/1999 (ou até o número que foi lançado), Magic Knight Rayearth, Cardcaptor Sakura e Chobits... tudo em japonês.

...

Eu sei, sou retardado.

...

Na verdade, a grande responsável por isso foi a Mokona Apapa, a principal criadora e desenhista delas.

Sua arte é muito bonita e cheio de elementos da cultura Celta e do Xintoísmo. Sem contar a forte influência de Alphonse Mucha, de quem já falei lá em cima.

Quando casei, me desfiz de quase toda coleção de manga que tinha (400 no total). Da Clamp, só quartei os 6 mangas de Magic Knight Rayearth, pois gosto muito dos desenhos.

Dave Mckean

Artista britânico nascido em 1963. Ele é um dos raros artistas completos: é pintor, desenhista, cartunista, ilustrador, cineasta, músico, fotógrafo, escultor e designer.

Isso explica porque é calvo e está sempre de barba (não deve ter tempo para fazer).

Ficou mundialmente famoso pelos trabalhos feitos em parceria com Neil Gaiman na série Sandman, muito por conta de seu estilo surreal, uma mistura psicodélica de sonho e pesadelo.

Só pelo fato de ser um artista completo já é motivo suficiente par admiração.

Porém, o que mais me chama a atenção em seu trabalho são as técnicas de artes plásticas, misturando elementos, mídias, diagramação, texturas e colagens para intensificar as sensações visuais de sua composição.

Apesar de gostar muito de Sandman, seu trabalho que mais gosto foi Batman: Asilo Arkham.


Drew Struzan

Ilustrador americano nascido em 1947. É responsável pelos cartazes de cinema mais iconográficos da história.

Com certeza você já viu um. O melhor de tudo é que ele não usa computador para desenhá-los, faz na mão livre mesmo.

Junte-se a mim e passe um pouco de raiva com a habilidade do moço.


Fábio Yabu

Desenhista brasileiro nascido em 1979. Se bem que o considero mais como um visionário. Conheci seu trabalho logo no começo com o fanzine Combo Rangers em 1998.

Na época, esse fanzine me chamou a atenção porque já tinha visto alguma coisa dele nas revistas da Abril e, tenho quase certeza de que o tinha visto pessoalmente em alguns encontros de anime e manga que rolavam na Gibiteca Henfil, quando era na Vila Mariana.

O interessante é que o fanzine fez tanto sucesso que, em 2001, a editora JBC passou a publicar suas histórias em um gibi.

Nunca gostei muito da arte dele, mas só pelo de ter publicado um trabalho sem pretensões na internet e ter virado sucesso já é merecedor de admiração e respeito.

Muito depois, em 2004, ele criou a série de livros infantis Princesas do Mar pela Panda Books. Esse trabalho já olhei com outros olhos.

As histórias que ele escreveu e a arte combinaram muito bem com o público infantil.

Não me recordo exatamente quando foi, mas fiquei de "boca aberta" quando vi que a Discovery Kids estava exibindo o desenho delas. Alias, meu filho, que hoje tem um ano e meio, adora esse desenho.

Isso faz pensar que o início dessa história foi com a publicação despretensiosa de um trabalho na internet.

Considero o Fábio Yabu um visionário porque foi atrás de seus ideais e publicou um fanzine sem esperar nada por isso e soube aproveitar as oportunidades que surgiram.

Frank Frazetta

Artista americano nascido em 1928. Foi responsável por uma pancada de ilustrações para os quadrinhos, cinema e livros. Alias, quase todos livros de RPG que já tive tinha alguma ilustração dele.

Como bom representante da velha guarda, sua arte mistura técnicas de ilustração com pintura, criando obras quase realistas.

Porém, não sei se por causa de modismos de época ou por estigmatização ainda bem que essa palavra foi digitada e não pronunciada, seu trabalho sempre foi relacionado com ficção e fantasia.

Se bem que ele já fez uns cartazes de cinema muito loucos.

Além disso, por muitos anos, ele foi o responsável pela arte nos gibis do Conan e da Vampirella.

Existe um site não oficial com algumas informações sobre seus trabalhos.

Frank Miller

Cartunista americano nascido em 1957. Ele é um dos "filha-da-puta-mor" dos quadrinhos. Não gostava muito do seu trabalho na época do Demolidor e achava Ronin um tanto quanto poluído.

Só comecei a ver o trabalho dele com outros olhos depois de Batman: O Cavaleiro das Trevas.

Linguagem sombria, alto-contraste, gestalt, ângulos cinematográficos. Praticamente uma versão mais moderna dos trabalhos de Will Eisner.

Gosto muito de sua fase na Dark Horse.

Frida Kahlo

Pintora mexicana nascida em 1907. Quando era moleque, só conheci e me interessei pelos artistas mas famosos que os professores se prestavam a mencionar no colegial. Só foi na pós-graduação que conheci história da arte de verdade.

Nunca tive interesse nem por seus trabalhos e nem por sua arte. Só passei a admirá-la depois que assisti ao filme de 2002. O filme é muito louco. Até comprei o DVD.

Minha admiração pela pintora não está em sua arte, mas sim na atitude, por sua forma de pensar, de não se deixar levar pelos outros e manter a cabeça erguida independente das dificuldades.

Na verdade, acho muito interessante como essa atitude se reflete no trabalho dela.

Geof Darrow

Cartunista americano nascido em 1955. O cara foi character designer na Hanna-Barbera, trabalhou na revista Heavy Metal, conheceu Moebius, colaborou com Frank Miller, criou o conceito de design dos filmes The Matrix, ganhou quatro prêmios Will Eisner... como não admirar um artista desse ?

Ele faz o estilo de desenhista "onde está o Wally?". Chega a ser um absurdo a quantidade de detalhes que desenha em uma única cena.

Seus trabalhos que mais gosto são Hard Boiled e The Big Guy and Rusty the Boy Robot.

Glen Keane

Animador americano nascido em 1954. É um dos principais animadores da Walt Disney.

Claro, qualquer pessoa que trabalhe na Disney já merece admiração. Porém, o admiro muito pois ele é o responsável pela direção de arte na animação que torna o movimento dos personagens mais orgânicos, sutis e carismáticos.

Não apenas para os desenhos tradicionais, mas ele também faz a direção de arte em desenhos 3D, como o novo Enrolados (Rapunzel).

Ver o cara desenhando é motivo para passar raiva, pois ele faz tudo com papel e lápis de uma vez só. Um desenhista precisa de muito tempo de experiencia para chegar nesse nível.

Achei no YouTube um documentário bem antigo com ele explicando como faz seu trabalho:


Go Nagai

Cartunista japonês nascido em 1945. Ele foi o responsável por criar o conceito de robô gigante nos mangás a ser controlado por dentro de um cockpit em seu interior.

Até então, ou o robô era vivo ou pilotado do lado de fora. Seu primeiro trabalho nesse estilo foi Mazinger Z.

Ao mesmo tempo, ele também estava desenhando um outro manga famoso chamado Devilman (que gosto muito). Neste manga, fica evidente a influência de Gustavo Doré (veja logo abaixo) em sua arte.

Depois disso, ele fez outras séries revolucionárias sobre robôs, ficando conhecido como o pai dos super robôs.

Além de Devilman, um outro trabalho dele que gosto muito é O Pirata do Espaço (Gloizer X).


Gustave Doré

Ilustrador francês nascido em 1832. Ele foi responsável pelas gravuras dos livros mais famosos do século XIX.

Sente só o currículo do moço:
  • A Tempestade (William Shakespeare, 1860)
  • A Divina Comédia (Dante Alighieri, 1861)
  • As aventuras do Barão de Münchhausen (Gottfried August Bürger, 1862)
  • Don Quixote de la Mancha (Miguel de Cervantes, 1863)
  • Sindbad, o marinheiro (Maxwell, 1865)
  • Fábulas (Jean de La Fontaine, 1868)
  • O Corvo (Edgar Allan Poe, 1884)
  • Contos de fadas: Barba-Azul, Cendrillon, Le Chat botté, Chapeuzinho Vermelho, O Pequeno Polegar, Riquet à la houppe (Charles Perrault)

Sua arte é uma das mais impressionantes que já conheci. Suas gravuras eram feitas em litografia e isso já é algo muito perturbador.

A forma como utiliza hachuras para dar forma, massa, volume, contraste... é fabuloso.

Passei uns quatro anos procurando nos sebos da uma edição que foi publicada em dois volumes com todas as gravuras dele e com comentários.

Paguei bem mais barato do que esse ai no Mercado Livre.

H.R. Giger

Artista plástico suíço nascido em 1940. Seu estilo está muito relacionado a vertente Fin de siècle, abordando o lado soturno da humanidade.

Seus trabalhos são surreais e utiliza de forma massiva elementos que incomodam as pessoas para criar uma sensação de repulsa. O legal é que ele mistura tudo muito sutilmente e a maior parte das pessoas nem conseguem dizer porque ficam incomodadas.

Costumava usar a fotogravura Li I (1974) em minhas aulas de linguagem para explicar como nosso inconsciente atua ao interpretar esses elementos, fazendo com que sinta repulsa sem saber porque. Tem um monte de coisa escondida nessa imagem. É como brincar de "onde está Wally?".

Mas o verdadeiro motivo por gostar de sua arte é que ele foi o responsável por todo o visual do filme Alien: O Oitavo Passageiro (um dos meus preferidos).


Hajime Sorayama

Ilustrador japonês nascido em 1947. Ficou muito famoso por seus trabalhos super realistas, principalmente pela série de pin-u's que misturava humanos com formas robóticas.

Para fazer essas pinturas, ele faz tudo com lápis de cor normal. Depois, trabalha as sombras quase pretas aplicando tinta. Vai dando aguadas sucessivas de acrílica por cima até chegar no ponto certo. Finaliza com aerógrafo, criando alguns brilhos com borracha elétrica.

Achei no Youtube dois vídeos mostrando ele desenhando... coisa linda!





Haruhiko Mikimoto

Character designer japonês nascido em 1959. Trabalhou em diversos animes sobre robôs, mas ficou mundialmente famoso por seu trabalho na série Macross.

Para ser sincero, como desenhista, sua arte não me atrai muito. Não que não seja bom, pelo contrário, ele é muito bom, mas me encanto mesmo é por suas aquarelas.

Alias, é por cula dele ter me interessado por aquarelas desde pequeno.

Hayao Miyazaki

Animador japonês nascido em 1941. Na minha opinião e na de muitos outros, é o melhor animador do mundo.

É o fundador e responsável por todos os trabalhos do Studio Ghibli, como Nausicaä do Vale do Vento, Laputa: The Castle in the Sky, Meu Vizinho Totoro, Princesa Mononoke, A Viagem de Chihiro, O Castelo animado e, o mais recente, Ponyo à beira-mar.

Sua arte é visualmente magnífica: as paisagens são incríveis, vento nas árvores e chão, cada quadro é perfeitamente trabalhado, história, design, animação e musica, tudo tem uma perfeição tão grande que é quase injusto comparar com qualquer coisa. Agora, o melhor, tudo extremamente simples.

Uma coisa que acho muito legal em seu trabalho é que, mesmo em tempos modernos, ele valoriza muito a arte manual. Para ele, o computador faz a arte perder o encanto. Concordo.

Seus trabalhos são tão bons que, em 1996, a Disney adquiriu os direitos de distribuição de seus filmes.

De todos, o desenho Meu Vizinho Totoro é o meu favorito. Há longas cenas em que não é dito nada, mas a animação é tão bela que isso nem importa. Sem dizer que a trilha sonora é muito gostosa de escutar.



Henri de Toulouse-Lautrec

Pintor francês nascido em 1864. Como pós-impressionista, sua arte não me chamou muita a atenção.

Tudo bem, reconheço que ele foi um grande pintor, mas não me interesso por pinturas.

Porém, ele foi um dos responsáveis revolução do design gráfico de cartazes. Ao invés de se concentrar na estética da pintura, os elementos gráficos da composição visual eram estrategicamente planejados para desempenhar uma função persuasiva, visando deixar o público alvo curioso.

Esse estilo daria origem ao movimento Art Nouveau e definiria os critérios básicos do design de hoje.

Humberto Ramos

Cartunista mexicano nascido em 1970.

Sua arte é bem estilizada, mas sem perder o básico de anatomia e luz e sombra tradicional da linguagem de um gibi.

Além disso, como a maioria dos cartunistas que apareceram no final da década de 90, possui uma forte influência de anime e manga, utilizando ângulos cinematográficos em seus desenhos.

Ikuko Shimizu

Designer japonesa nascida em 1946. Ela foi responsável pela criação de um dos maiores símbolos femininos no mundo: a Hello Kitty.

O mais impressionante em sua história é que Sanrio havia solicitado a designer criar um personagem que seria utilizando em uma simples e despretensiosa linha de papelaria.

Porém, a linguagem visual da personagem concentra aspectos relacionados a feminilidade que se tornou sucesso mundial.

Admiro muito seu trabalho porque ela foi capaz de criar um ícone feminino no Japão, mas que é idolatrado em diversas culturas diferentes, justamente ter criado algo perfeito para a percepção feminina.

Javier Saltares

Cartunista americano nascido em 1961. Ele foi responsável por trabalhos entre o final da década de 80 e começo da década de 90 na Marvel Comics que gostava muito: a fase Madripoor do Wolverine caolho; as primeiras histórias do grupo Excalibur; estréia do novo Motoqueiro Fantasma.

Seu estilo é o tradicional dos gibis da época, mas acho que ele usava hachuras de uma forma mais interessante para dar volume e limpa.

Jean Giraud (Moebius)

Cartunista francês nascido em 1938. Quando comecei a frequentar a Gibiteca Henfil, ainda na Vila Mariana, uma coisa que aprendi foi que quadrinhos americanos não é igual a quadrinhos europeus e o culpado disso foi Moebius.

Não lembro se era a versão original de Arzach ou O Homem é Bom ?, mas tanto a história quanto a arte era muito diferente do que já havia visto.

Sua arte era a clássica dos quadrinhos, mas extremamente detalhada e cheio de hachuras para dar massa e volume. Era como se misturasse as técnicas de Geof Darrow e Gustave Doré.


Jim Davis

Cartunista americano nascido em 1945. Ele é o pai do Garfield.

O admiro não pelo fato de ser um grande cartunista (morro de rir com as tiras do Garfield), mas por sua história de vida.

Ele nasceu e foi criado em uma fazenda, mas, mesmo longe da cidade, sofreu muito com asma quando criança, obrigado-o a ficar dentro de casa para não fazer esforço físico. Por causa disso, ele ficava boa parte do tempo desenhando.

Sei bem como é isso, também tive muita crise de bronquite quando criança. Vira-e-mexe eu ficava internado e também desenhava para passar o tempo.

Porém, ele não desenhava bem, pelo contrário, era muito ruim.

Depois que se formou, trabalhou em uma agência de propaganda, onde aprendeu as técnicas de cartunismo profissional.

Depois de alguns experimentos mal sucedidos, parou um pouco e percebeu que existiam muitas tiras sobre cachorros (sim, estou falando do Snoopy), mas nenhuma sobre gatos. Foi assim que, em 19 de junho de 1978, foi publicada a primeira tira do Garfield.

O admiro justamente porque não era bom e nem teve um início brilhante, mas aprendeu com a vida e não desistiu daquilo que gostava.

Jim Lee

Cartunista coreano nascido em 1964. Foi responsável por uma das maiores revoluções nos quadrinhos.

Seu estilho segue a linha clássica de quadrinhos, só que um pouco mais estilizado e fudelicamente mais dramático.

O grande diferencial é que sua narrativa era mais dinâmica, com ângulos mais interessantes e um bocado de expressividade. Sem contar sua anatomia impecável.

Alias, era justamente isso que todos gostavam tanto, pois todos personagens tinham corpos esculturais dignos de deuses gregos. Até os velhos tinham barriga de tanquinho... na verdade, os homens tinham barrigas que mais pareciam pneu de trator.

E as mulheres então... todas com peitos siliconados e com sistema antigravidade. Sem contar com a lordose para deixar a bunda arrebitada. Dignas de uma propaganda de cerveja.

A grande verdade é que ele fazia o estilo "blockbuster" dos quadrinhos.

Os X-Men só são famosos hoje graças ao seu trabalho na década de 90.


Infelizmente, os executivos são seres acéfalos que só querem saber de ganhar dinheiro fácil. Por isso, obrigavam a todos os desenhistas copiarem o estilo dele. Vou falar sobre isso mais para baixo.

Depois de um tempo, ele e outros desenhistas formaram a Image Comics, famosa por gibis com belos desenhos... e péssimos roteiros. Ai a coisa desandou de vez o ele se tornou um dos desenhistas mais copiados dos quadrinhos.

Atualmente, depois de um excelente trabalho nos gibis do Batman, assumiu o cargo de co-editor na DC Comics.

Joe Madureira

Cartunista americano nascido em 1974. É mais um da geração "pós-Jim Lee" do final da década de 90 que misturava estilo de quadrinhos americanos com mangas.

Conheci seu trabalho no arco Era do Apocalipse dos X-Men. Se bem que foi na série própria chamada Battle Chasers, pelo selo Cliffhanger, que todo seu potencial é explorado.


John Byrne

Desenhista britânico nascido em 1950.

Admiro muito seu trabalho principalmente porque ele desenhou a fase de ouro dos X-Men no começo da década de 80.

Seu estilo era clássico, mas acho que ele estava a frente de sua época, pois seus traços eram mais limpos e definidos e os ângulos de suas cenas mais abusados e interessantes. Muito diferente do que era praticado naquela época.

John William Waterhouse

Pintor britânico nascido em 1849.

Ficou muito famoso por representar personagens femininas da mitologia e da literatura. Em outras palavras, seus quadros possuem referências ao culto da Deusa.

Acho sua arte linda, mas confesso me admiro mais por causa das referências a cultura celta.

Alias, diversos trabalhos atuais na mídia sobre o tema se inspiram em seus quadros.

Katsushika Hokusai

Gravurista sim, essa palavra existe japonês nascido em 1760. Foi um dos maiores mestres na arte da gravura que o mundo já teve.

Conseguiu desenvolver uma técnica que permitia aplicar em suas gravuras várias cores, estilos de linha e até degradê (ou tom-sobre-tom).

Seu trabalho mais famoso é a série A Grande Onda de Kanagawa.

Alias, quando tinha 14 anos, fiz um trabalho para a aula de educação artística sobre o Van Gogh, descobri que ele e vários outros artistas (Claudet Manet, Degas, Henri Toulouse Lautrec, etc.), que não conhecia na época mas que hoje admiro, também o admiravam.

Alias, o próprio Van Gogh vivia retratando as obras de Katsushika em seus quadros.


Keith Parkinson

Artista americano nascido em 1958.

Seu estilo de arte é realista, mas sempre pintando temas de fantasia. Alias, seus trabalhos são fáceis de encontrar em livros de RPG. Principalmente os livros da franquia Dungeons & Dragons.


Leiji Matsumoto

Cartunista japonês nascido em 1938. É responsável por vários sucessos, como Yamato (Patrulha Estelar no Brasil), Express 999, e o meu favorito: Capitão Harlock.

Uma das coisas que mais admiro em seu trabalho é o aspecto técnico da direção de arte. Suas histórias sempre possuem um tema relacionado a espaço ou guerra e há uma preocupação com roupas, objetos, cenários, veículos e outras coisas que torna a produção mais bela. Quase uma opera visual.

Não apenas isso, também é um bom escritor, apesar de achar que ele força muito na tragédia. Tudo é muito triste e complexo demais. Sua arte ganhou fama internacional (principalmente na França) e acabou inspirando muita gente.

Em 2001, fez uma parceria com a dupla de músicos Daft Punk no projeto Discovery, criando uma série de videoclipes que resultaram no filme Interstella 5555.


Leonardo da Vinci

Artista retardado italiano nascido em e 1452. Não tenho nem muito o que dizer, ele é o "filha-da-puta-mor" da arte. Não tem como admirá-lo.

Como já não bastasse ter uma arte fabulosa, ele ainda era engenheiro, escultor, matemático, cientista, físico, biólogo, químico e deveria conseguir encostar a língua no cotovelo e escovar os dentes e assobiar ao mesmo tempo... tenho certeza disso.

Minha admiração não é "só" por isso, mas também conseguir tudo isso bem na pior época da história, durante a Era das Trevas, em que a igreja católica mandava torturar qualquer um.

Luis Royo

Artista espanhol nascido em 1954. Ele é um velho conhecido entre RPGistas e roqueiros. Sua arte esteve presente em várias capas de álbuns de música e livros de RPG.

Sua arte é super realista e usa temas futuristas e de fantasia. Sua técnica principal é a pinturas à óleo, mas cada trabalho apresenta uma finalização diferenciada.

Comentário cretino: o "zóio-de-bomba" dele me lembra muito o humorista brasileiro Fernando Caruso.

Mamoru Nagano

Cartunista japonês nascido em 1960. Seus trabalhos mais famosos foram Heavy Metal L-Gaim e The Five Star Stories, além de participações em séries de Gundam.

Sim, é mais um desenhista especializado em robô, mas este é diferente. Sua arte é muito técnica e detalhista, mas gosto dele porque seus desenhos possuem uma influência do estilo vitoriano e gótico, mesmo sendo robôs.

Seus traços são bem femininos, pontiagudos e curvilíneos. Tanto os personagens humanos quanto o robôs parecem que saíram de uma festa do carnaval de Veneza do século XVII.


Marcelo Brücke Caribé

Ilustrador brasileiro nascido em 1971. Conheci seus primeiros trabalhos na antiga revista Dragão Brasil e Gamex (ambas da editora Trama).

Porém, tive a felicidade de conhecê-lo pessoalmente quando estudei na Fábrica de Quadrinhos, em 1998. Foi graças as suas aulas que comecei a trabalhar mais com pincel.

Sua arte é bem solta e utiliza várias técnicas plasticas para realizar seu trabalho, dando um aspecto quase surreal.


Hoje, o Caribé (ele disse que não assina mais assim, mas é difícil chamá-lo de outra forma) está dando aula Quanta Academia de Artes.

Marcelo Campos

Sempre que me perguntam quem acho o melhor desenhista, digo que é ele. Normalmente, depois que respondo fazem aquela cara de "quem?".

Ele foi um dos cartunista brasileiro a trabalhar profissionalmente no exterior, atuando em nos principais títulos da DC e Marvel.

Sua arte é, ao mesmo tempo, clássica e estilizada. Além disso, trabalha muito bem a narrativa em suas histórias.

Também foi meu professor na época Fábrica de Quadrinhos. Agora, ele está dando aula Quanta Academia de Artes.

Mauricio de Sousa

Cartunista brasileiro nascido em 1935. Qualquer brasileiro que ficou famoso fazendo aquilo que ama por 50 anos DEVE ser admirado, independente da profissão. Com quadrinhos então... nem se fala.

Tem gente que não gosta do trabalho dele, mas esses não entendem nada de arte, quadrinhos ou comunicação.

Acho o trabalho dele incrível. A arte é simples, direta e perfeita para seu público alvo, as crianças. A narrativa é elaborada para seja entendida facilmente por qualquer um. Além disso, suas histórias são fantásticas, abordando temas bem complicados para a criançada de forma muito sutil e honesta.

Além disso, é um grande empreendedor, pois soube fazer dinheiro com suas criações sem corromper seus ideias. Em um mundo capitalista, cretino e hipócrita, isso realmente é realmente louvável.

Agora, o que o torna foda mesmo é que já foi elogiado e admirado pelo mestre Osamu Tezuka. E não era demagogia não, os dois se relacionavam profissionalmente mesmo. O próprio Osamu Tezuka dizia isso abertamente no Japão, chegou até ser comentado em sua biografia em manga publicada pela Conrad.

Me lembro de que, quando era criança, comprei um gibi da Mônica em que é feita uma homenagem quando ele morreu.

Parece que vão fazer um crossover entre a Turma da Mônica e os personagens de Tezuka no gibi Turma da Mônica Jovem #43. Espero conseguir comprar.

Maurits Cornelis Escher

Ilustrador holandês nascido em 1898. Foi um dos ilustradores mais "cheira-cola" de que conheço.

Não que ele tenha sido um drogado (se bem que a maioria era mesmo), mas seus trabalhos conseguem dá um nó na vista de qualquer um.

Sua técnica principal era a pesquisa dos paradoxos geométricos, com o preenchimento regular do plano, explorações do infinito e as metamorfoses.

Entendeu nada né? Olhe seu trabalho mais famoso, o Woodcut, e entenderá menos ainda.

A forma como ele explora as dimensões e volume em um desenho para causar uma ilusão de óptica é formidável.

2 comentários:

  1. Ah, irmão, você não pode fazer listas de ilustradores sem falar nos mestres CARLOS CHAGAS e BENÍCIO.

    Estes, sim, são os tops dos tops.

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  2. Até respeito o trabalho deles, mas o trabalho deles não me impressionam muito.

    São excelentes artistas, mas não tem aquele diferencial que os listados possuem.

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